Aumento de encargos sociais e regime de chuvas insuficientes para compensar longos períodos de seca. Essas foram as desculpas usadas para o aumento de 9% na conta de luz, valor bem acima da inflação que é de 4%. A expectativa é que o IPCA (inflação oficial) fique abaixo de 3% em 2017 e 4% em 2018. Segundo a consultoria especializada da empresa TR Soluções, em alguns estados brasileiros, o aumento pode ser ainda maior. Na média, a maior alta deve ser registrada na região Sul (10,7%), seguida pelo Sudeste (9,3%).
Se no começo do próximo ano (entre janeiro e abril) as chuvas não aumentarem, as principais hidrelétricas brasileiras devem gerar em média o equivalente a 85% da energia que vendem. Isso significa que se as chuvas não ajudarem e as geradoras produzirem algo abaixo disto as tarifas poderão subir ainda mais.
O brasileiro já viveu este cenário algumas vezes como o aumento de tarifas e o temido racionamento de energia. Em novembro deste ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um aumento de 42,8% no valor cobrado pela bandeira vermelha no patamar 2. Essa taxa extra na conta de luz saíra de R$3,50 para R$5 por cada 100 KW/h consumidos.
Mesmo o contexto previsto para 2018 sendo desesperador, os analistas descartam a ameaça dos racionamentos. Porém, o governo pensa na possibilidade de promover campanhas com o objetivo de incentivar a população a reduzir o consumo.