O animal tipicamente brasileiro encantou turistas estrangeiros quando invadiram o Campo Olímpico de Golfe, no Rio de Janeiro, durante as olimpíadas em 2016. Na época as capivaras foram chamadas de “ratos-gigantes” pelos atletas que estavam competindo no Brasil. Em Minas Gerais as capivaras que mais se destacam são as habitantes da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, e as que vivem em Lagoa Santa, região metropolitana da capital.
De acordo com o site “Sua Pesquisa” as capivaras costumam viver em regiões às margens de rios e lagos, utilizam a água como refúgio dos predadores, pois conseguem ficar submersas por alguns minutos. Uma fêmea costuma gerar, em cada gestação, de 2 a 8 filhotes, possuí dentes incisivos que podem chegar a sete centímetros. Esta espécie tem uma grande agilidade para nadar, pesa cerca de 80 kg, chega a medir 1,20 metros em média e vive de 15 a 20 anos. Sua alimentação é balanceada preferindo capim, ervas e outros tipos de vegetação encontrados nas beiras de rios e lagos.
Mário Werneck, secretário municipal de meio ambiente de BH, divulgou, recentemente, que os animais serão esterilizados e receberão uma substância para eliminação do carrapato-estrela, que causa a febre maculosa, através da bactéria Rickettsia rickettsi. Desde 2008 foram registrados 12 casos de mortes envolvendo pessoas que tiveram contato com as áreas onde as capivaras convivem. Em BH, Werneck afirmou que o plano de manejo já está pronto para execução e o gasto será de R$500 mil. “Estamos aguardando a liberação do termo de referência e licença para monitoramento e controle de animais silvestres pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Já temos a equipe técnica programada para as ações”.
Em Lagoa Santa, segundo a prefeitura, não houve nenhum registro de contaminação por febre maculosa. Em setembro a empresa ZOOVET Consultoria LTDA foi contratada para elaboração um plano de manejo e execução de estimativa de capivaras no munícipio atendendo as exigências do Ibama. A proposta de controle populacional adota medidas contraceptivas, como castração, ligaduras e vacinações anticoncepcionais.
Segundo Julia Pinheiro, bióloga mestre em Zoologia de Vertebrados, todo este processo é planejado e realizado por profissionais qualificados para realizar este serviço. “Estas medidas de controle são importantes porque, como não existem predadores naturais, a população tende a se multiplicar rapidamente. Por ser uma área urbana e por se tratar de uma espécie que foi introduzida neste ambiente, sem que exista uma conectividade entre populações que possibilite a diversidade genética, esta metodologia de castração é recomendada”, explica.
O plano de manejo que será colocado em vigor o mais rápido possível, de acordo com a prefeitura, pode diminuir o acasalamento de indivíduos mais aparentados entre si. A endogamia, nome científico, causa maior susceptibilidade a doenças, diminuição do tamanho, má formação e aumento da taxa de mortandade.
Durante a captura, os técnicos utilizam tranquilizantes e redes e isto pode gerar um alto estresse aos animais. De acordo com a bióloga o único risco é o animal se assustar e pular na água sedado. “Neste caso pode ocorrer o afogamento, mas todas as situações devem ser pensadas para minimizar os problemas que podem vir a ocorrer, esta também é uma função do Plano de Manejo.”, tranquiliza.
A diretoria de meio ambiente, disse, em primeira mão para o Jornal Minas de Fato, que o plano de manejo já está aprovado pelo Ibama. “Demos inicio a licitação da empresa para executar o plano, no entanto, ate o momento só recebemos um orçamento, e por lei, precisamos de três”, conta.