Garrafas de plástico, sacolas, latas, brinquedos, sofás e até fogão. Diego Saldanha (31) morador do município de Colombo, região metropolitana de Curitiba (PR), inventou uma ecobarreira flutuante para conter a poluição do rio Atuba. O material usado é simples: galões plásticos unidos por uma rede, que esticados de uma margem a outra, funcionam como uma barreira que retém o lixo.
Instalada desde janeiro de 2017 no rio, a “engenhoca” já retirou mais de uma tonelada de entulho das águas. O rio Atuba é afluente do rio Iguaçu e faz parte também da bacia do rio Iraí, uma das principais fontes de abastecimento de água da capital. Em relação aos motivos que levaram Diego a realizar este trabalho, ele conta que foram as lembranças da infância quando ele nadava e pescava nestas águas. “A água era cristalina, cheia de peixe, dava para nadar sem medo. Sei que é difícil voltar a ser o que era, mas é o que busco. A ecobarreira só remove o lixo, então a água segue poluída. Mas já deu para notar que está voltando a dar peixe”, disse Saldanha.
O jovem investiu cerca de R$1 mil no início, não teve apoio da prefeitura local, e não foi a primeira tentativa que testou que deu certo. Ele já havia feito a barreira com outros materiais que não flutuavam ou não retinham a sujeira. Em entrevista ao Portal UOL, Diego contou que as vezes perde dia de trabalho para dar palestras em escolas e explicar o que é a ecobarreira. “Não ligo, é uma coisa que gosto de fazer”, disse. Saldanha conta ainda que já foi procurado por outras pessoas interessadas em replicar a ideia em outras cidades.
Diego vende frutas no semáforo, sua mãe, Dona Marizete, reforma as bonecas que descem pelas águas do rio e vende em um brechó para ampliar a renda da casa. Os filhos levam as garrafas PET para a escola onde estudam para vende-las através de um projeto chamado Recicle, ou seja, é a família toda em prol do meio ambiente.
Fonte: Portal UOL