Com as aulas suspensas por conta da pandemia, alimentos, destinados a merenda escolar, muitos deles perecíveis, seguem armazenados e muitas prefeituras ainda não sabem o que fazer com a comida.
Desde o dia 25 de março que a prefeitura de Belo Horizonte informou que iria distribuir uma cesta básica para estudantes matriculados na rede pública de ensino. Segundo a secretaria de educação os alunos não precisariam fazer cadastro algum. Também no dia 25 de março, os parlamentares da Câmara dos Deputados, aprovaram um projeto de lei que permitia a transferência da merenda escolar diretamente para os pais ou responsáveis por alunos. A pergunta que não quer calar é: o que foi feito da merenda escolar de Lagoa Santa?
No dia 30 de abril a prefeitura postou nas redes sociais um panfleto informando que para evitar qualquer tipo de desperdício, com autorização do Ministério Público, recolheu todos os alimentos perecíveis das escolas municipais e montou os primeiros kits de alimentação que foram imediatamente entregues às famílias dos alunos de maior vulnerabilidade social. No entanto, muitas famílias se sentiram desinformadas, pois nada foi explicado a elas.
Liliane Silva, moradora do bairro Visão, em Lagoa Santa, tem um neto de 06 anos que estuda na Escola Municipal Alberto Santos Dumont e disse que não ficou sabendo de nenhuma informação sobre o assunto. De acordo com a avó, a filha, mãe do estudante, já teria procurado diversas vezes a direção da escola para saber se teria acesso às cestas básicas ou como deveria solicitar a doação. “Eu não acho justo os alunos estarem em casa e um tanto de mãe passando dificuldade, sem trabalhar, e a merenda retida nas escolas. Poderia matar a fome de várias pessoas. Belo Horizonte já deu e porque aqui em Lagoa Santa ainda não recebemos?”, reclama.
O vereador e presidente da Câmara Municipal Lagoa Santa, Leandro Cândido, postou no dia 29 de abril, um retorno da Prefeitura de Lagoa Santa, com data do dia 07 de abril, dizendo que “para liberação de alimentos e cestas básicas da rede municipal estamos aguardando as deliberações do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação, pois estes são recursos vinculados que não podem ser gastos sem autorização. No caso de outros municípios que já liberaram esses alimentos, como Belo Horizonte, os recursos próprios são elevados e, infelizmente, não temos a mesma condição financeira”. Encaminhamos algumas perguntas para o presidente da Câmara e não tivemos retorno.
Também entramos em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Lagoa Santa a fim de esclarecer dúvidas recorrentes como: quem são as famílias que tem direito? Como fazer para ter direito? Quem não tem cadastro no Cadúnico também pode buscar a cesta básica? entre outras. Até o fechamento da edição não obtivemos retorno da assessoria da prefeitura.
Uma campanha foi criada pelos vereadores, nas redes sociais, com a #prefeitodoeamerendaescolar, mas pelo visto, a iniciativa ficou apenas nas redes sociais.