O Ministério da Cultura (MinC) divulgou nesta segunda-feira (22), no Diário Oficial da União o resultado final do Prêmio Culturas Populares 2018 – edição Selma do Coco. Foram 500 iniciativas culturais populares vencedoras, em todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal. Nesta edição Lagoa Santa teve apenas um premiado, a Associação Cultural “Irmandade dos atores da Pandega” comandada por Gercino Alves, desde 1998, no bairro Varzea.
Gercino Alves deu entrevista ao Jornal Minas de Fato e contou que ficou sabendo a “novidade” por uma amiga. “Eu estou muito feliz por saber que o nosso esforço de 15 anos foi reconhecido e premiado”, comemora.
O artista disse que o principal objetivo do “Lapinha Museu Vivo” foi o reconhecimento dos mestres antigos “verdadeiras bibliotecas vivas da nossa cultura popular, a verdadeira escola de nossos costumes”.
Nesta sexta edição do Prêmio Culturas Populares, o valor da premiação passou de R$ 10 mil para R$ 20 mil e incluiu a inscrição de novos arranjos da cultura popular como a aparelhagem e a guitarrada. Também foram permitidas a participação de indígenas, ciganos, capoeiristas e ações de hip hop. “O formato deste edital permitiu uma isonomia regional, onde todas as regiões foram representadas e reconhecidas. Além disso, não só as culturas populares tradicionais foram reconhecidas, como também as manifestações dos novos arranjos, das inovações culturais”, avalia a secretária de Diversidade Cultural do MinC, Magali Moura.
Ao todo, foram 2.227 inscrições para a edição Selma do Coco, sendo que só em Minas Gerais foram 238 projetos. Gercino agradeceu Dona Isabel Cassimira e mestre João Pequeno de Pastinha ambos já falecidos. “Também agradeço ao mestre João Bosco Alves e ao nosso mestre de capoeira da Angola, João Angoleiro”, conclui.
Sobre a Premiação – O objetivo da iniciativa é fortalecer as expressões culturais populares brasileiras, retomando práticas populares em processo de esquecimento e que difundam as expressões populares para além dos limites de suas comunidades de origem. Exemplos dessas iniciativas são o cordel, a quadrilha, o maracatu, o jongo, o cortejo de afoxé, o bumba-meu-boi e o boi de mamão, entre outros.
As iniciativas foram analisadas por uma Comissão de Seleção que avaliou critérios como contribuição sociocultural que o projeto proporciona às comunidades; melhoria da qualidade de vida das comunidades a partir de suas práticas culturais; e impacto social e contribuição da atuação para a preservação da memória e para a manutenção das atividades dos grupos, entre outros.
Neste ano, a premiação homenageia a cantora pernambucana Selma do Coco (1929-2015). Nascida na cidade de Vitória de Santo Antão, Selma deixou como principal legado a sua contribuição para a consolidação do coco, ritmo típico do Nordeste brasileiro, como referência nacional. A artista gravou três álbuns e participou de festivais internacionais nos Estados Unidos e na Europa, além de ter ganhado o antigo Prêmio Sharp, hoje Prêmio da Música Brasileira.
*As fotos estão nas redes sociais do entrevistado